terça-feira, 20 de agosto de 2013

Folclore alagoano está saindo da UTI, afirma mestre e folclorista

De norte a sul do estado, o colorido das fitas, os espelhos nos chapéus, tecidos enfeitados, e roupas exuberantes, abrilhantam a cena de forma peculiar durante as apresentações dos grupos de folguedos alagoanos. No mês da comemoração das Tradições Populares, o folclore alagoano parece ressurgir diante de grandes dificuldades enfrentadas pelos brincantes – denominação dada aos participantes dos grupos de dança e folguedos – que buscam dar continuidade a tradição.
A riqueza cultural alagoana é muita vasta, com mais de 29 manifestações populares. Porém, o trabalho de valorização para esses grupos tem sido lento ao longo dos últimos anos. Ao contrário do que podia ser visto na década de 90, onde comunidades se reuniam as ruas para realizar os ensaios, atualmente, os grupos se resumem a poucos menos de 20 a 40 pessoas. Para não perder a perpetuação dos cânticos e danças, a aposta da Mestre e Folclorista, Maria de Fátima Brasileiro, do Grupo de Folguedos e Danças Professor Pedro Teixeira,  foi misturar as gerações e compor o grupo com jovens e adultos.
Mesmo com a inovação, a realidade vivida pela Rainha Anadeje Morais da Silva, do grupo Guerreiro Leão Devorador, é totalmente diferente.  Após receber o grupo de herança da mãe, a mestra Maria Vitória, há 17 anos, Anadeje enfrenta dificuldade para encontrar componentes. Segundo ela, o interesse dos jovens pela cultura é pouco, e com o envelhecimento dos brincantes, lacunas são deixadas e a esperança de levar adiante a história alagoana vai diminuindo. “Estou com algumas danças paradas, pois não encontro ninguém para ser mestre e também tocar os instrumentos”, frisou.

Gilca Cinara - Cada Minuto

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